domingo, 13 de maio de 2012

2011 - O ANO DE RETIRO

          Perdoem-me a ausência por mais de 1 ano (número também usado vastamente na literatura terrestre nas formas 01, I, Um ou Hum - este nos cheques) todos os meus fiéis seguidores, ou seja: mamãe, aquela melhor amiga da mamãe, dois conhecidos do papai que prometeram acessar e os demais 60% que são contemplados com o redirecionamento involuntário para este blog (graças a um vírus espalhado na Net). 2011 foi meu ano de RETIRO PESSOAL.
            Há algum tempo, eu já vinha ouvindo mamãe e papai falarem alguma coisa sobre retiro no idioma adulto, achando que eu não estava entendendo nada. Então, preocupado, decidi criar um debate na escola durante o intervalo da aula de massinha, e fui convencido pelos amiguinhos que um retiro seria uma experiência que me ajudaria a crescer. Hoje, quase 5 centímetros maior e mais maduro que poncã velha em galho espinhento no meio dos fios de alta tensão, eu retiro tudo o que pensei. No decorrer desse fatídico ano me retiraram muita coisa: a mamadeira, o DVD do Patati Patatá, todos os sapatos abaixo do número 23, além do direito individual pétreo de dormir entre o papai e a mamãe. E o meu humilde prepúcio só não entrou no retiro porque o Dr. Nonino expôs a competência.
          E, se não bastasse, esse bendito RETIRO ainda se espalhou e atingiu a nossa casa (mas já compramos uma, e bem maior que a rabeira do caminhão-baú onde eu achei que iríamos ter que morar espremidos. Até chorei!), a minha escola (sem merchandising, valeu Maestral e um beijo às tias Andreza e Selma por tanto suporte e por terem me suportado tanto), e – o pior de todos – a minha jabuti! Desde o incidente na piscina improvisada, eu a percebia sempre quieta e pensativa pelos cantos, sozinha e entoxada no casco. Com certeza, ficava lá dentro traçando seu plano de evacuação para depois da mudança. E posso jurar que vi um sorriso maquiavélico no bico dela depois que assistimos juntos à “Fuga das Galinhas”, já na casa nova. Bastou papai se descuidar por 3 horinhas no History Channel para o bicho escalar a grade, cavar um túnel sob a rua e se embrenhar na mata de alfaces que fica bem em frente de casa. Só pode ter sido assim. Ouvi que o papai é profissional em vigilância. Ele nunca dorme enquanto está acordado!
            E para superar todo esse estresse, apelei para os poderes da língua: agora sou pogli... potiglo... Peraí. Aqui está: ‘Você quis dizer: poliglota’. Pra quem ainda não se prostou ante o onipresente, onipotente e onisciente Google (hosana), vou tentar resumir. {Poliglota é o cara que mesmo sem aprender direito o próprio idioma se mete a besta de querer falar na língua dos gringos.} Mas não é pra qualquer um, não. Por exemplo: quando for comentar este blog e falar do canal que meu pai assistia durante a incrível escapada da Jaburany (que antes do Animal Planet se chamava Tartarany), diga “de ristóri tchênel”, senão nem alemães e nem russos não vão entender nada. Eu sei disso porque todo documentário da 2ª Guerra Mundial que assisti com o papai o locutor teve que narrar as batalhas entre eles em inglês.
            Mas, para ser pogli... pra ser como eu, não basta saber apenas sua língua nativa mais uma; tem que dominar mais uma, o que significa matematicamente dominar mais duas e no total, em raciocínio lógico, saber três. Ou mais. Simples. E agora, se você me perguntasse: - Caio, qual a outra língua que você domina? Eu responderia: -                ! E se vocês não entenderam é por que não são potiglo... não são fluentes em outros idiomas, como eu. Por isso, vou traduzir para o vernáculo. Eu respondi: - Libras! Mas como a Língua Brasileira de Sinais é a língua dos surdos, eu apenas fiz o sinal correspondente com as duas mãos girando com as palmas apontadas uma para a outra. E assim – palmas para mim – sou poliglota (saiu).
            Durante esse mínguo período de retiro, aprofundei-me no estudo dessas duas línguas, dividindo esse tempo com a prática de Desenvolvimento de Sistemas Informáticos (ainda na primeira fase: uso do mouse) e treinos de Natação para os 400 metros Medley (ainda na etapa: não mergulhar com a boca aberta, porém, prestes a evoluir para a pranchinha). Sei que o caminho é longo e tortuoso até dominar plenamente todas essas áreas, mas até meu pai, que tem 8,25 vezes minha idade, ainda não está fluente nem em digitação com dois dedos. Nesses ritmos – o meu e o dele – acho que antes do meu aniversário de 8 anos já estaremos equiparados no nível dos estudos. E poderemos, enfim, falar a mesma língua. Talvez assim:

And let´s do it together, my readers, and a hug for everyone. See you soon.

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