Todas as viradas de ano são iguais ou é só impressão minha pela inexperiência de apenas dois réveillons? Tive sensação de dèja vú o tempo todo, desde a improvisação da mesma churrasqueira de tijolos molhados até os mesmos cumprimentos (às vezes secos) improvisados. Estes, como sempre, intercalavam choros e risos de último capítulo de novela enquanto as pessoas gritavam apenas “Feliz Ano Novo” umas na orelha da outras pra não precisar repetir os mesmos votos que já tinham desejado para os primeiros. E depois disso, tudo voltou a ser como antes, como há exatos 365 dias. E isso é o que chamam de Ano Novo!
Ah, há um senso comum, quase regra geral, que os cumprimentos seguem a sequencia de afinidades. Então, se te deixaram por último, melhore o presente do Natal no final deste ano.
Só o que quase sempre muda de verdade no ano é o dia da semana em que cai seu aniversário – com todos torcendo muito para que seja na coluna vermelha do calendário. Já ouvi muito marmanjo chiar que as duas coisas mais chatas são: 1) aniversário em dia útil = sendo abraçado por todos os uniformes suados do seu setor e escutando trocadilhos do tipo: ‘Meus parabéns, você já deve estar com anos em festa!!!) e 2) ter que comemorar no sábado seguinte porque a data foi numa terça-feira = parecendo até que é aniversário de outra pessoa. E às vezes é mesmo, e o folgado ainda aproveita sua festa.
Pra mim não importa o dia, nem o aniversariante, nem o número de velas e nem a escala do tremor de terra, eu gosto é de bexiga e brigadeiro! Acho que deveriam fazer brigadeiro pra comemorar qualquer coisa, até dia de vencimento de fatura e queda de cabelo.
E já que alguém entrou no assunto, a mamãe está arquitetando a minha boca-livre de 2 anos. E ouvi o papai resmungar que ela começou os planos ainda durante a minha festinha do ano passado. É, acho que a mamãe gosta mais de brigadeiro do que eu. Porém, há uma exigência em casa para este ano: preciso aprender a cantar o famigerado “Parabéns pra Você”. E está difícil... até o “Pá” eu vou bem, depois é que a letra complica. Eu já postei antes que sou melhor em escrever do que falar. Lembro-me bem quando balbuciei (esse verbo é feio, parece coisa de babuíno) meus primeiros monossílabos – Pá e Mã – e a animação em casa foi maior que a festa do ano novo. Eu só não entendi porque o papai e a mamãe se sentiram tão orgulhosos. Eles ficavam pedindo pra eu repetir pra todo mundo, mesmo quando eu estava de bucho cheia e não queria nem Pá (papar) e nem Mã (mamar) mais.
É, mas este ano vou tentar caprichar ao menos no refrão do “é pic-é pic-é pic” e “é ora-é ora-é ora” pra não fazer feio. No ano passado aprendi a bater palmas quase encima da hora e, mesmo assim, ainda errava às vezes – tanto o ritmo da balada quanto a palma da outra mão. E pra me desconcentrar mais, ainda tinha um paparazzo que não saia do meu pé, acho que querendo vender minhas gafes para algum tabloide sensacionalista. Não sei por que ele não perseguiu os adultos na festa. Dava pra ganhar uma grana boa vendendo as imagens pro Animal Planet.
Deixando as festas passadas, retornemos à vidinha em casa neste ano 2 d.C. (depois do Caio). Mesmo de férias, está difícil arrumar tempo para postar mais, estou pondo a leitura em dia e malhando um pouco pra voltar às aulas na escolinha afinado, com cabeça de 3 anos e corpinho de 1 e 7 meses.
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