Há um relato (comediado, e pouco comedido) corrente no mundo adulto, baseado quase totalmente em fatos reais, que conta como os órgãos de um corpo decidiram eleger o..., tipo, o ‘Lula da Anatomia’. Cada um apresentou suas razões e importância para o funcionamento do organismo, enaltecendo seu papel na sustentação do conjunto. Porém, no final do conto - numa analogia não premeditada - quem acabou reconhecido como o premier da parada foi o danado do órgãozinho que a gente nunca enxerga e que, mesmo com um nome popular bem miúdo, é considerado um putz palavrão. E ele conseguiu o posto apenas recusando-se a cumprir sua insalubre função.
Depois de ouvir essa estória por aí, conclui que meu corpinho já tem sua hierarquia bem enraizada desde o berço, pois nunca sofri atentado algum por parte deste trechinho de mim. Acho até que ele exagera no cumprimento da sua função.
Na verdade, eu nunca havia reparado nessas partes médias (dianteira e traseira), sempre embrulhadas com todo o cuidado de quem embala uma picanha no alumínio – embora com fins completamente discrepantes. Os motivos para eu não conhecer pessoalmente essa faixa longitudinal é porque (para o meridiano traseiro) não pratico bem o contorcionismo, e (para o meridiano dianteiro) há um Morro entre meu púbis e minhas vistas.
Eu descobri que havia um certo apêndice por ali no dia em que reparei como o papai, aliviadamente, desbebia toda a água enlatada que costuma tomar. E fazia isso no mesmo poço onde eu já havia tentado coletá-la, impedido pelo mesmo. Ele me convenceu, a duras provas físicas, que eu também possuía um balangandã daquele; ensinou-me o que era, como se usava e pelo menos uns 12 nomes de batismo do aparelhinho. E aprendi também, nesse dia, que aquele espaço da casa, onde eu já havia sido proibido de perambular, era exclusivo do papai (por isso chamam de 'privada') e que seria muito perigoso eu tentar usá-la. Depois disso, até ganhei minha própria ‘privadinha pública pessoal’, muito mais colorida, acessível e ainda musical!
Certa feita, a mamãe, que frequentava o outro cômodo do mesmo tipo na casa, atreveu-se a usar a privadona do papai – e, ainda por cima, sentada – e o apêndice dela foi dissolvido pela água!!! Eu vi como ficou... (Acho que é esse problema que chamam de apendicite.) E nunca mais cresceu outro. E agora ela está fadada a desbeber sentada para sempre; ou, pelo menos, até as células-tronco serem aplicadas nesse contexto.
Sem me afastar do tema, parece que há uma propaganda na televisão de uma empresa milionária com muitos acionistas – acho que o nome fantasia é ‘Umbrasilparatodos’ – que incentiva o pessoal a desbeber no banho (eles usam um termo mais técnico, algo como fazer xixi). Dizem que é pra reduzir gastos com água, só que ouvi o papai falar que está surtindo efeito contrário. Segundo ele, algumas pessoas não entenderam direito essa recomendação de “Faça Xixi no Banho” e, todas as vezes em que a vontade aperta, elas correm pro chuveiro. Há quem tome mais de 10 banhos por dia! Seria mais viável um programa do tipo: “Faça Xixi nas Plantas” ou “Faça Xixi nos Terrenos Baldios que os Donos Não Querem Carpir e as Prefeituras Nunca Multam”. Que tal uma campanha?
Posfácio: Como ainda faltam alguns meses até eu ter idade suficiente para tratar mais intimamente sobre intimidades assim, prefiro evitar censores e sensores de infantilidade. Pelo menos até eu ter idade e aparência convincentes para encarar o ‘Cálice’ adulto.
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