domingo, 22 de fevereiro de 2009

O PEQUENO ADULTO

Se essa for a primeira vez que acessa este blog é bem provável que você estranhe minha aparente imaturidade e, talvez, até se pergunte: haverá, acaso, inteligência em uma forma de vida tão limitada como um bebê?
A maturidade precoce pode ser um fenômeno neolamarkiano de exigência social, uma característica genética de mutação cromossômica ou, simplesmente, um aspecto natural que nós – pequenos adultos – achamos conveniente disfarçar para não criar um certo estranhismo sociocultural. Há mais realidade entre os 'Muppet Babies' e 'Olhe Quem Está Falando' do que julga a vã filosofia adulta - diria, talvez, a Maysa (apresentadora geniosa de 5 anos, e não a cantora chapada que virou minissérie). Eu até afirmaria, no auge dos meus 11 meses quase completos – e ainda não atualizados no perfil deste blog – que é melhor revelarmos nossos dons indiscretamente, como o talentoso pianista Mozart aos quatro anos, do que tentar conciliá-lo com o disfarce de criança, como o sofrível 'cantor' Jordy aos cinco!
Vocês não imaginam como é desconfortável ficar limitado a este corpinho. Os membros nem sempre obedecem direito e nos movemos como se fosse um chimpanzé tentando tocar acordeom enquanto sobe em um coqueiro. Talvez o Stephen Hawking entenda o que estou tentando explicar... ou não.
Acreditem: caso todos os bebês resolvessem revelar sua maturidade espontaneamente teríamos um quadro de caos social tão curioso que nem mesmo cem Fitzgeralds (neste caso ele, e não Ella) poderiam narrar numa coletânea de contos. Por isso agimos como os adultos quando envelhecem além do programado. Somos como pequenos vovôs e vovós. A diferença maior é que nossos amiguinhos imaginários não incomodam tanto os outros, e nem têm nomes esquisitos e tão difíceis de pronunciar, como Parkinson ou Alzhemeier.
Eu não consigo imaginar como é ficar velho, mas acho que tenho algum tempo ainda pra pensar sobre isso. Deve ser algo muito constrangedor: não conseguir andar sem apoio, dizer coisas que ninguém entende, acostumar-se a mastigar com poucos dentes, ver os cabelos ficarem ralos e escassos, chorar sem motivo aparente, não escolher a própria roupa que vai usar, ter que fazer as necessidades em fraldas, e ainda depender dos outros para tomar banho, se vestir, comer e beber etc. Eu espero nunca ter que passar por isso! Mas não vou ficar aqui resmungando e reclamando de tudo, isso é coisa de gente idosa.

PS: Por falar nisso, vou aproveitar pra deixar aqui um beijão pros meus bisas. Amo vocês, e espero que possamos envelhecer juntos.

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